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Editora: Grupo Capela

Ano: 2011

Páginas: 184

Tempo de menino

Sebastião Gontijo

             

        Fantástico ler um livro onde o romance se passa na sua cidade! É como se você fizesse parte desta história, afinal, quantas vezes já não passou pelos cenários! A leitura causa uma espécie de  frisson e em outros momentos gera uma comoção em que você fica com vontade de ir até um dos locais citados no livro.

         "Tempo de menino" é ambientado em uma Divinópolis do passado, e por isso me fez lembrar um pouco da minha infância, mas principalmente da infância de meu pai, tantas vezes ele me contou dos seus mergulhos no rio Itapecerica, da ponte de ferro, dos amigos e como eram alguns locais no passado.  

    Que maravilhosa sensação de Déjá vu, que belo presente aos divinopolitanos. A obra aqui comentada traz personagens fictícios, mas todos os locais citados são reais e a descrição de como eles eram também são verídicas. Soma-se a isso,  um texto muito bem escrito e uma história cativante.

        O livro traz a história de Cirilo,  esperto mas avesso aos estudos, é sempre encontrado no Pau-d´Óleo do rio Itapecerica com seus amigos Vadico e Careta, ou brincado na burrica com a vizinha Maristela e seu irmão Xandico (este tem como paixão os pássaros *).

          A mãe de nosso personagem espoleta é Dona Leopoldina, que querendo que o filho fosse padre, o convence ou força a ir estudar no Colégio Seráfico em Belo Horizonte. Lá, Cirilo passa por algumas provações e após ficar 4 anos recluso no colégio, resolve abandonar tudo e voltar para sua querida terra, sonhando em ver seus amigos e familiares. Toda a festa de recepção que imaginava receber, não acontece e ele descobre que seus amigos não moram mais em Divinópolis. Como se não bastasse,  sua mãe o reprime duramente sobre o fato de ter desistido de ser padre.

          O final, que aqui não irei contar..mas darei uma pista...é surpreendente, eu não esperava que fosse assim, mas confesso que foi bem poético. Afinal, Cirilo se uniu a sua grande paixão.

 

Este exemplar faz parte da coleção "Biblioteca Memorial do Centenário: Divinópolis na Moldura Literária." Projeto destinado a mostrar e valorizar obras de grandes autores divinopolitanos que são de enorme importância na literatura mineira.

 

 

 

* A forma usada para tentar capturar os pássaros me lembrou muito meu pai, quantas vezes ele colocava o alçapão ao lado da gaiola do canarinho e ficava na espera. Que boa nostalgia. 

 

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